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Descubra se Você tem Dinheiro Esquecido para Receber

Milhares de brasileiros têm valores esquecidos em bancos e órgãos públicos. Leia e saiba tudo sobre o dinheiro esquecido e os principais pontos que envolvem esse assunto.

Em um canto esquecido do sistema financeiro brasileiro, existe uma pequena fortuna esperando por seus donos.

Estamos falando de bilhões de reais em dinheiro esquecido — saldos que pertencem a milhões de cidadãos e empresas, mas que, por diversos motivos, nunca foram reclamados.

Pode ser o saldo de uma conta bancária que você encerrou há uma década, uma cobrança indevida que foi estornada ou até cotas de um consórcio antigo.

A boa notícia? O Banco Central do Brasil criou uma forma segura e centralizada para que você possa descobrir se é um desses sortudos.

Se você tem curiosidade de saber se possui algum valor a receber, este guia definitivo é o seu mapa do tesouro.

Vamos detalhar o passo a passo completo para consultar e resgatar o que é seu por direito, como se proteger 100% contra os golpes mais comuns e o que fazer com o dinheiro para que ele realmente transforme sua vida financeira.

O Que Exatamente é o “Dinheiro Esquecido”?

O termo “Dinheiro Esquecido” ganhou fama, mas o que ele significa na prática? Trata-se de recursos financeiros que ficaram parados em instituições sob supervisão do Banco Central.

Para organizar essa devolução, foi criado o Sistema de Valores a Receber (SVR), a única plataforma oficial para a consulta e o resgate.

Mas de onde vem esse dinheiro? As fontes são mais comuns do que se imagina:

» Contas Encerradas com Saldo:

Você fechou uma conta corrente ou poupança anos atrás, mas, depois do encerramento, um pequeno estorno de taxa ou um crédito residual foi depositado. O banco não conseguiu contatá-lo e o dinheiro ficou lá.

» Tarifas e Parcelas Cobradas Indevidamente:

Instituições financeiras que, após uma revisão, identificaram cobranças indevidas e devolveram os valores, mas não encontraram o cliente.

» Cotas de Capital de Cooperativas:

Pessoas que participaram de cooperativas de crédito e, ao se desligarem, não resgataram sua cota de participação ou as sobras líquidas.

» Recursos de Consórcios Encerrados:

Grupos de consórcio que já finalizaram e possuíam um saldo remanescente a ser devolvido aos participantes.

» Outras Situações:

Inclui pagamentos de seguros, direitos creditórios e operações de câmbio que não foram repassados aos beneficiários.

Essencialmente, é um dinheiro que sempre foi seu, mas que se perdeu na burocracia do sistema financeiro. O SVR veio para corrigir isso.

Como Consultar e Resgatar seu Dinheiro no SVR

O processo oficial é gratuito, seguro e totalmente online. Siga este guia à risca para garantir que seus dados e seu dinheiro estejam protegidos.

1. Acesse UNICAMENTE o Site Oficial

O portal para a consulta é valoresareceber.bcb.gov.br. Memorize e desconfie de qualquer outro endereço.

Golpistas criam sites falsos, idênticos ao original, para roubar seus dados. Nunca use links recebidos por WhatsApp, SMS ou e-mail.

2. Faça a Consulta Inicial (Simples e Rápida)

Na página principal, você verá a opção “Consulte se tem valores a receber”. Aqui, você só precisa de duas informações básicas:

  • Seu CPF (para pessoa física) ou CNPJ (para pessoa jurídica).
  • Sua Data de Nascimento ou a Data de Abertura da Empresa.

3. Analise o Resultado da Consulta

O sistema dará uma resposta imediata:

  • Resultado Negativo:
    A mensagem será “Nenhum valor a receber encontrado”. Isso significa que, no momento, não há registros no SVR para o CPF/CNPJ consultado.
  • Resultado Positivo:
    O sistema informará que há valores a receber e poderá indicar uma data a partir da qual você poderá acessar o sistema para solicitar o resgate.

4. A Chave de Segurança: Sua Conta Gov.br (Nível Prata ou Ouro)

Se você tem valores a receber, o próximo passo exige um nível maior de segurança. Você precisará acessar o SVR usando sua conta no portal Gov.br. No entanto, não pode ser qualquer conta; ela precisa ser de nível Prata ou Ouro.

Por que essa exigência? Para garantir que somente o verdadeiro titular dos dados possa acessar informações financeiras sensíveis e solicitar o resgate.

» Como aumentar o nível da sua conta Gov.br?

É mais simples do que parece e você faz pelo próprio aplicativo “Gov.br”:

  • Para o Nível Prata:
    Você pode fazer o reconhecimento facial pela CNH digital, validar seus dados via internet banking de um banco credenciado ou confirmar seus dados como servidor público.
  • Para o Nível Ouro:
    O caminho principal é o reconhecimento facial para validar sua foto com as bases da Justiça Eleitoral (TSE).

5. Solicite o Resgate e Receba via PIX

Com sua conta Gov.br Prata ou Ouro em mãos, faça o login no SVR. Lá dentro, o sistema mostrará:

  • O valor exato a ser recebido.
  • O nome da instituição que fará o pagamento.
  • A origem do dinheiro.

» Para receber, o processo é intuitivo:

  1. Clique na opção “Solicitar por aqui”.
  2. O sistema pedirá que você informe uma chave PIX. Importante: A chave PIX é o único meio de devolução nesta modalidade. Se você não tiver uma, crie uma em seu banco antes de prosseguir.
  3. Após informar a chave, confirme. A instituição tem um prazo de até 12 dias úteis para depositar o valor em sua conta.

ALERTA MÁXIMO: Fuja dos Golpes do Dinheiro Esquecido

Golpistas usam a ansiedade das pessoas para aplicar fraudes. Conheça as regras de ouro para se proteger:

» CANAIS OFICIAIS SÃO TUDO:
O Banco Central e os bancos NUNCA entram em contato ativo (ligação, WhatsApp, etc.) para tratar do SVR.

» É 100% GRATUITO:
Ninguém, absolutamente ninguém, pode cobrar qualquer tipo de taxa para “liberar” o resgate. Se pedirem dinheiro adiantado, é golpe.

» NÃO CLIQUE EM LINKS:
Acessar o site oficial digitando o endereço no navegador é a prática mais segura. Links recebidos podem levar a páginas falsas (phishing) para roubar suas senhas e dados.

» DADOS PESSOAIS SÃO SAGRADOS:
Nunca forneça senhas de banco, códigos de segurança ou outros dados sensíveis. O processo oficial não exige isso fora do ambiente seguro do Gov.br.

PIS/PASEP: O Outro “Dinheiro Esquecido” que Muitos Têm Direito

Embora não faça parte do SVR, o Abono Salarial PIS/PASEP é outra grande fonte de dinheiro que muitos brasileiros esquecem de sacar.

» PIS:
Pago pela Caixa Econômica Federal aos trabalhadores da iniciativa privada.

» PASEP:
Pago pelo Banco do Brasil aos servidores públicos.

Além do abono anual, existem as Cotas PIS/PASEP, para quem trabalhou com carteira assinada entre 1971 e 1988. Muitos herdeiros, inclusive, não sabem que podem ter direito a sacar esses valores, que foram migrados para contas do FGTS.

» Como consultar o PIS/PASEP?

A forma mais moderna e segura é através do aplicativo Carteira de Trabalho Digital, que centraliza as informações sobre o direito ao abono, valores e datas de pagamento.

Dinheiro EsquecidoFonte: Pixabay

Conclusão: Seu Dinheiro, Sua Responsabilidade

Bilhões de reais estão parados, esperando que seus verdadeiros donos tomem a iniciativa.

O processo para descobrir se parte desse montante é seu nunca foi tão simples e seguro, desde que você siga as orientações corretas.

Use este guia como seu roteiro. Faça a consulta, proteja-se contra fraudes e, se for um dos contemplados, use o dinheiro com sabedoria para fortalecer sua saúde financeira.

A consulta leva menos de um minuto e o resultado pode ser uma grata surpresa.

FAQs - Resolvendo Todas as Dúvidas

  1. Herdeiros podem consultar o dinheiro de uma pessoa falecida?
    Sim. Herdeiros, inventariantes ou responsáveis legais podem acessar os valores por meio do site oficial, usando uma conta Gov.br com nível Prata ou Ouro e aceitando um termo de responsabilidade.
  2. O dinheiro esquecido é corrigido pela inflação?
    Sim. O montante é atualizado pela taxa Selic, garantindo que o valor mantenha seu poder de compra até o momento do resgate.
  3. Preciso declarar o dinheiro resgatado no Imposto de Renda?
    Sim. O dinheiro recebido deve ser informado como rendimento de pessoa jurídica na declaração do ano seguinte. O informe é fornecido pela instituição pagadora.
  4. O que fazer com o dinheiro extra? Um plano para o futuro.
    Use com inteligência: priorize dívidas caras, construa uma reserva de emergência e invista nos seus objetivos de longo prazo.
  5. E se a empresa onde eu tinha dinheiro faliu?
    Se for uma instituição financeira coberta pelo FGC, há garantia de até R$ 250 mil por CPF. Em outros casos, o resgate depende do processo de liquidação da empresa.